Com vários destaques no currículo, Sérgio Ramalho é um piloto pernambucano que desponta no mundo do automobilismo. O piloto recifense iniciou no mundo da velocidade aos 14 anos, com Kart, e já participou de três categorias da Stock Car. Ele também teve algumas experiências na Copa Truck. Em fevereiro deste ano, foi convidado para participar da abertura da temporada 2022 da Stock Car, considerada a principal categoria de automobilismo do país e uma das maiores da América do Sul. Hoje, é um nome de referência que sabe bem pisar o pé no acelerador para disputa e se inspirar em nomes nacionais e até participantes internacionais.

Marcelo Esporte Clube- Fala um pouco do início da tua carreira, as dificuldades e o que te fez chegar até onde estás?
Sérgio Ramalho – Comecei minha carreira no kart com 15 anos, conquistei vários títulos e tive resultados muito expressivos em categorias de base da Stock Car. Em um deles, conquistamos o título de equipes na Stock Light, em 2011. Naquela época, o momento no país não era tão bom e precisei encerrar minha carreira por falta de apoios maiores e precisei me virar de outra forma. Voltei a correr em 2020 e, hoje, somos um dos principais protagonistas do automobilismo no Brasil. Desde 2006 tenho o apoio do Grupo Dislub Equador, que vem incentivando e acreditando na minha carreira. O apoio tem sido fundamental para todo esse sonho da velocidade, onde já conquistei muita coisa. E quando estou na pista, também disputo por eles, para as pessoas que nos apoiam.

MEC – Qual a sensação de conquistar dois títulos em uma semana?
SR – Fico emocionado. Eu não imaginava, após oito anos parado, voltar para as corridas e voltar tão em alta. Tivemos um mês e tanto conquistando dois dos talvez quatro principais títulos no nosso automobilismo. Me deixa muito grato ver essa conquista com minha equipe, depois de tanto trabalho.

MEC – Qual das conquistas foi a mais difícil e qual trouxe para você uma carga emocional maior?
SR – O título da GT Sprint Race, categoria que me trouxe de volta ao cenário, veio em uma corrida emocionante. O título na Porsche Cup também foi incrível por ter sido meu primeiro ano lá.

MEC  – Como você vê o automobilismo brasileiro? Está apresentando evolução? Anda estagnado? Já viveu dias melhores, mas pode voltar a viver? Gostaria de uma visão geral tua…
SR – O automobilismo está em alta no mundo inteiro. Os autódromos estão cada vez mais lotados. A Fórmula 1, por exemplo, é recorde em cima de recorde em todos os países, inclusive no Brasil. Hoje, já é uma realidade não olhar apenas a Fórmula 1, no Brasil. As nossas categorias estão muito bem, começando das de base, como o kart. A gente tem também agora a Fórmula 4, que é para pilotos que saem do kart e querem seguir a carreira de Fórmula. A gente estava sem essa categoria. Outras são a Porche, a Stock Car, a Copa HB20. Todas com grid cheio e patrocínios interessados. Estão indo bem. Eu consigo viver bem do automobilismo graças a este momento favorável. Além disso, as mudanças de marketing atraíram a atenção da nova geração e da imprensa mundial. Atualmente, no Brasil, temos o maior campeonato de kart do mundo, além de quatro grandes categorias (Stock Car, Porsche Cup, Copa Truck e GT Sprint Race que, a partir de 2023, será a Nascar Brasil) e os pilotos brasileiros andam conquistando títulos mundo afora.

MEC – Quais seus maiores ídolos no esporte?
SR – Rubens Barrichello é o meu maior exemplo do automobilismo em termos técnicos e no amor e dedicação pelo esporte. Agora, aos 50 anos, conquistou o título de uma das categorias mais difíceis do mundo.

MEC –  Qual é o seu sonho? A Fórmula 1 está nos seus planos?
SR – Meu sonho é continuar sendo protagonista das principais categorias do país, disputar todas elas, além de manter essas categorias que eu disputei esse ano. Também quero fazer alguma participação nos Estados Unidos e na Europa, em alguma categoria importante que dê visibilidade e eu consiga mostrar meu trabalho. Essas corridas deixam a porta aberta para os patrocinadores atuais e abrem para novos, principalmente na classe prata, que englobam pilotos que ainda não tem uma conquista de um campeonato mundial ou de algumas corridas específicas.

Crédito da foto: Rodrigo Guimarães